Dia desses uma grande amiga me perguntou o que eu entendia
por “jugo desigual”. Confesso que era um assunto que nunca me interessou, mas
na hora que ela me perguntou me despertou um desejo de saber mais sobre a
questão.
“Não vos prendais a
um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a
injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (II Coríntios 6:14)
Em primeiríssimo lugar é bom saber que JUGO é uma peça de
madeira utilizada para prender os animais de carga à carroça ou ao arado. Então,
se forem colocados, lado a lado, um boi e um jumento, o jugo ficará desigual e
o mecanismo será puxado de forma irregular. Ou seja, não será possível
percorrer uma reta, antes se fará um caminho tortuoso. Logo, por uma óbvia
questão de lógica, para se fazer um bom trabalho e percorrer o caminho de modo
correto é necessário que se tenha dois iguais, sob o mesmo jugo. Com boi e com
jumento não lavrarás juntamente. (Deuteronômio 22:10)
Pois bem, após estudar um pouco, formei uma opinião e de
cara me veio um exemplo ilustrativo. Imagine um alpinista que decide escalar o
Monte Everest, então seus amigos mais chegados e parentes tentam dissuadi-lo
desta aventura, afinal quase todos que tentaram tiveram mortes terríveis. Mas o
fato é, se este atleta estiver seguindo na vontade de Deus, mesmo que enfrente
dificuldades e perigos, sua empreitada será um sucesso.
O que quero dizer com isso é que a bíblia nos ACONSELHA a
não nos pormos em jugo desigual, porém não é uma regra, algo que retire de nós
a salvação, ou mesmo a intimidade com Deus. Infelizmente, ao se “amarrar” a
alguém cujas convicções não sejam cristãs, o irmão(ã) corre o risco de
encontrar tamanha dificuldade e problema que poderá até pôr em xeque sua
salvação e comunhão com Cristo.
Uma REGRA da bíblia é que colhemos o que plantamos (“Não vos
enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso
também ceifará” Gálatas 6:7-8), então ao optar por nos relacionarmos com alguém
que não tenha as mesmas convicções de fé que nós, torna-se imprescindível que
estejamos sob as bênçãos e a direção de Deus. Enquanto refletia sobre o tema,
me veio à mente o Profeta Oséias que, por orientação de Deus casou-se com uma
prostituta. Claro que sei tratar-se de um caso único em toda a bíblia, e que a
vida do profeta foi sua profecia que apontava para o relacionamento de Deus com
Israel. Contudo, é fato que Oséias era um homem, um servo valoroso e fiel aos
pés de Deus que casou-se, com a permissão de Deus, com uma mulher infiel que em
nada partilhava de seus valores. É certo também que pagou um alto preço, tanto
de vergonha, quanto de sofrimento e angústia, mas antes do fim de seus dias
viu-se vencedor e desposado com uma mulher transformada.
Concluindo, concordo com a bíblia e aconselho de igual modo que
ninguém se ponha sob jugo desigual, pois é certo que os frutos serão amargos e
difíceis de se engolir. Porém, faça-se a vontade de Deus e não a nossa, de modo
que toda decisão seja posta diante de Cristo para que nosso Senhor, em amor e
sabedoria nos conduza ao cerne de sua vontade. Se Jesus Cristo confirmar e
abençoar, pois que essa união seja para honra e glória de nosso Deus. Amém?
Ney Bellas
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