Corria o ano de 1991. Heloisa era uma jovem kardecista que freqüentava assiduamente o Centro Espírita Vicente de Paulo, no bairro da Praça Seca, no Rio de Janeiro.
Sua avó materna, que tinha sido o anjo protetor da sua vida, era católica e sempre dizia que Heloisa não devia assistir às sessões espíritas porque ali era um lugar que Deus não gostava que as pessoas freqüentassem. Vez por outra, Heloisa tinha problemas de depressão e para ajudá-la, uma amiga que era da Igreja Batista de Barão da Taquara, levou-a a participar das aulas de artesanato que a igreja mantinha durante alguns dias da semana. Essa atividade com as artes ajudou muito Heloisa, ocupando a sua mente em coisas de real valor. O que, porém, lhe trazia o maior conforto espiritual e paz, era o minuto de oração que uma das irmãs dirigia no começo de cada aula. A avó de Heloisa veio a falecer e foi sepultada no dia 4 de novembro daquele ano no cemitério do Pechincha. Ela se lembra de que chovia muito naquele dia, mas mesmo assim ela não podia deixar de ir ao cemitério, pois sua avó tinha sido uma pessoa muito especial na sua criação. Após o sepultamento, quando Heloisa, misturando suas lágrimas com a chuva que caía, dirigia-se para o portão do cemitério, viu sobre uma sepultura, um papel onde estava escrito: NÃO CHORE! Era um antigo e conhecido folheto publicado pela Cruzada Mundial de Literatura, distribuído todos os anos pelos crentes nos cemitérios, no dia de finados. Esse folheto conta a história do encontro de Jesus com Marta e Maria na ressurreição de Lázaro. Intrigada com a expressão "Não chore", Heloisa guardou o folheto molhado na bolsa e o levou para casa. Leu-o mais de uma vez com ansiedade. A história da ressurreição de Lázaro e as palavras de Jesus declarando que ele é a ressurreição e a vida, fizeram tremer as convicções kardecistas de Heloisa. Alguns dias depois, ela foi ao centro espírita e ali lhe foi dito que sua avó estava presente e ia se manifestar através de um médium. Diz ela que essa foi a gota dágua que fez entornar de vez o balde de suas crenças. Como podia sua avó estar ali se ela, em vida, dizia que aquele era um lugar que Deus não gostava que as pessoas freqüentassem? No domingo seguinte, pela primeira vez, ela entrou na Igreja Batista de Barão da Taquara para participar de um culto. A partir daí, sua vida mudou completamente. No dia 17 de março de 1992, ela aceitou o Filho de Deus como seu bendito Salvador. Uma paz maravilhosa, que ela jamais imaginou que pudesse existir, transbordou em seu coração. Ela foi batizada pelo pr. David Malta Nascimento no dia 26 de julho daquele mesmo ano e tem sido uma fiel colaboradora do pr. Novaes, dirigindo o ministério com os surdos que freqüentam a Igreja, ensinando a linguagem de LIBRAS e interpretando as mensagens para os portadores de deficiência auditiva.
No domingo passado, 12 de outubro, Heloisa me mostrou o folheto NÃO CHORES, que ela guarda com carinho até hoje e cuja mensagem operou uma real conversão, uma total mudança em suas crenças, em sua alma, em sua vida. Hoje ela sabe por que não chorar, mesmo quando se perde uma pessoa muito querida. Ela tem, em seu coração, o meigo Jesus que lhe disse: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim, nunca morrerá" (João 11.25). Esta história revela, em primeiro lugar, o valor dos folhetos para a evangelização. Um bom folheto, com uma mensagem de Deus, continua sendo um meio eficiente de evangelizar. Revela também que nem a saudade de uma pessoa amada que partiu, nem a chuva que cai em lugar tão triste como um cemitério, nada pode impedir a consolação de amor com que o Espírito de Deus consola um coração aflito e transforma o choro da morte na alegria da vida eterna.
Autor: Pr.João Falcão Sobrinho
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