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PERMISSÃO ou VONTADE DE DEUS?


Tenho ouvido MUITA gente falando, aos quatro cantos, que se isso ou se aquilo aconteceu foi por PERMISSÃO de Deus. Como se isso fosse uma justificativa, que validasse o fato dando um ar de aprovação do Todo Poderoso. E confesso que isso tem me irritado MUITO, muito mesmo! Então, resolvi escrever este texto para explicar algumas coisas e também para desabafar um pouco, ok?

Em primeiro lugar quero deixar claro que TUDO o que acontece nesse mundo tem a Permissão de Deus, mas nem tudo é da vontade de Deus. Pois é, talvez você já saiba disso, ou tenha ignorado este fato até agora, mas essa é a realidade. Deus é soberano, onipotente, onisciente e onipresente. Nada lhe escapa ou foge ao seu controle. A questão é que ELE nos deu o LIVRE ARBÍTRIO. Somos livres para fazermos nossas escolhas, MAS somos escravos das consequências. 

Recentemente, tivemos eleições para vários cargos políticos e uns ganharam e outros perderam (óbvio!), mas alguns dos que ganharam, assim como vários de seus eleitores, vociferavam pelas ruas que os eleitos receberam a permissão de Deus, de modo que seriam abençoados e que seus mandatos seriam o melhor para todos. Para entender este tópico, me permita nos conduzir ao texto bíblico que fala da “eleição” do rei Saul. O governo de Israel até então era regido por juízes, e se praticava a Teocracia, que é um sistema de governo onde todas as ações são submetidas a Deus, ou às normas por Ele determinadas. Esta forma de governo fora implantada desde sua saída do Egito, primeiro foi Moisés, Josué e depois deles foram os juízes. Pois bem, Samuel era o profeta e juiz de Israel e como envelhecera e já não podia suportar a dura jornada, seus filhos seriam constituídos juízes sobre Israel. O problema era que os filhos (Joel e Abia), não andavam nos caminhos do Senhor, como seu pai e isso desagradou o povo. Então, os anciãos disseram a Samuel que agora desejavam um rei de verdade, que reinasse sobre eles, do mesmo modo que acontecia com as outras nações. Samuel se entristeceu, mas como servo de Deus apresentou ao Senhor a questão e este lhe disse: “Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles.”(1 Samuel 8:7). Pois bem, na sequência Saul veio a ser governante deste povo, se desviou dos caminhos do Senhor, fez todos sofrerem, inclusive ele próprio, ao ponto de dar cabo da própria vida. Ou seja, não foi bom pra ninguém ele ter sido eleito para aquela função de governante, mas o fato é: NINGUÉM perguntou a Deus qual seria a sua VONTADE. 

Jesus, no Gétsemani, pouco antes de vir a ser crucificado, falava com o Pai dizendo: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice; entretanto, não seja feita a minha vontade, mas o que Tu desejas!” (Lucas 22:42) Trazendo para nós a importância de buscarmos a Deus, ANTES de fazermos qualquer coisa, e estarmos cientes e preparados para abrirmos mão de NOSSAS VONTADES em detrimento da VONTADE DE DEUS que é “boa, perfeita e agradável” (Romanos 12:2).

Ainda não entendeu? Me permita uma analogia mais modesta. Imagine uma mãe com uma criança no parque, e esta pede a mãe para subir numa determinada árvore. A mãe diz que não, pois há o risco de cair e se machucar, MAS a criança decide desobedecer a mãe, sobe na árvore, cai e se machuca. A mãe que a tudo assistia, lhe diz: “Viu, eu lhe avisei para não agir desta forma, justamente para que não se machucasse!” Conseguiu compreender agora? Deus é como essa mãe que tem advertido seu povo dos perigos de se andar longe de sua vontade, mas somos de dura serviz e diariamente abrimos mão das Vontades do Senhor e escolhemos caminhos que nos tem levado a dores, tristezas e sofrimentos. 

Concluo lembrando que, a VONTADE do povo, não é a vontade de DEUS! Que os governantes, agora eleitos, carecem de nossas orações, para que se convertam de seus maus caminhos e se voltem com temor para Deus e que nos governem sob a sua palavra. E que esta reflexão nos abra os olhos para as consequências de NOSSOS ATOS e que tenhamos sabedoria para aprender com nossos erros e prudência para buscarmos a Deus enquanto ainda há tempo.

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